segunda-feira, 25 de outubro de 2010

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sábado, 1 de dezembro de 2007


MEMÓRIAS DOS ANOS DE CHUMBO



O fantasma do comunismo assombrava toda a sociedade e em Belo Horizonte o cenário não era diferente. As instabilidades políticas alcançaram o cenário político mineiro. O Deputado Federal Ruy da Costa Val vivenciou todas as turbulências do período ditatorial no Brasil.
O Deputado deu início a sua carreira política em 1955 sendo eleito vereador em Belo Horizonte com o número de 1.011 votos. Durante o período mais conturbado da história política nacional, (1964-1968) o Deputado acompanhou de perto o poder da mão de ferro do regime militar. Durante sua carreira política, Ruy sempre pertenceu a partidos de direita e em 1964 ingressou na Arena, partido do regime militar. Ruy era um dos mais influentes políticos mineiros da época e era difícil separar a vida política da vida familiar. A postura de vigilância e repressão adotada pelo governo dos militares fez com que vários políticos opositores tivessem seus mandatos cassados. A presença de espiões militares era comum entre os guetos políticos da época. Eles vigiavam de perto e reprimiam com muita violência qualquer suspeita de ações consideradas “comunistas ou subversivas”. E devido à influência, os políticos eram um dos seus principais alvos. A presença de figuras emblemáticas era uma constante na casa do Deputado. “Foram feitas duas denuncias anônimas contra o Ruy que teve que se apresentar perante as autoridades militares para prestar esclarecimentos”.Nos contou dona Olga Maria Ferreira da Costa Val, viúva do Deputado. Com um semblante tranqüilo, dona Olga, como gosta de ser chamada, não parece ter acompanhado tão de perto tanta efervescência política. Mas sua expressão marcada pelo tempo, nos mostra como foi difícil viver sob constante vigilância. Mesmo sendo um político da direita, Ruy- assim como todos os políticos - teve todas as suas ações constantemente vigiadas. “As denúncias eram anônimas, qualquer um podia fazer.As denúncias que o Ruy sofreu foram feitas por inimigos políticos” nos revela dona Olga.
Por ser um político de muita influência - Ruy chegou a presidir a câmara dos vereadores de Belo Horizonte - além de conquistar aliados, o Deputado também conquistou alguns adversários políticos e foi vítima de espionagem. Vivendo em um clima de muita tensão, toda a família convivia diariamente com importantes personagens que freqüentavam a casa do Deputado. Altas patentes do Exército e da Polícia Militar eram vistas com freqüência nas imediações da casa da família que morava em uma área nobre da capital mineira. A casa ficava no bairro de Lourdes na rua São Paulo. A região era repleta de casas de políticos como e ex-governador Hélio Garcia que era vizinho da Deputado.

Ruy era um político nato. Um homem muito bem relacionado. De personalidade forte e com ideais democráticos maiores que as imposições do regime ditatorial. Foi usando de toda a sua influência que o Deputado conseguiu ter acesso a uma lista contendo o nome de alguns vereadores que teriam o seu mandato cassado. Dois nomes da lista eram, além de aliados políticos, amigos pessoais de Ruy que consegui avisá-los e evitar a cassação de seus mandatos. Em meio a tanta intriga política, uma figura amistosa freqüentava a casa da família Costa Val. Era um norte americano de nome Albert Laiser. Um homem elegante que, apesar de amistoso, apresentava também um ar de muito mistério. Laiser freqüentava a alta sociedade belo-horizontina e conhecia muito bem todos os políticos da época. Era uma relação de amizade, mas sempre defendendo interesses políticos. Laiser era cônsul dos Estados Unidos da América em Belo Horizonte e todos os políticos mantinham um bom relacionamento com ele. Por ser norte-americano e ter contato com todo o cenário político mineiro, Laiser era sempre muito bem tratado por todos. "Recebíamos visitas esporádicas e misteriosas desse Laiser que todas as vezes que no visitava trazia uma maleta preta e a deixava comigo enquanto conversava com Ruy. Suspeitávamos de que ele era um agente da C I A“ confidenciou dona Olga. Laiser era um homem observador e detalhista e se aproximou da família do Deputado.” Devido a carreira política do Ruy tínhamos de recebê-lo muito bem pois não sabíamos se ele era apenas o Cônsul norte americano ou se era um espião à serviço da C I A.“ contou a viúva.

Toda a população apoiou o golpe em 1964 que contou com o apoio de importantes orgãos da sociedade brasileira como a imprensa e a Igreja. Em 13 de Dezembro de1968 com a promulgação do Ato Institucional número 5, o regime começou a perder o apoio da população que já começava a procurar formas de expressar oposição.Os movimentos estudantis começaram a ganhar força e eram violentamente reprimidos pelo regime. "Uma integrante do movimento estudantil, chegou a se hospedar em nossa casa. Ela era amiga de uma das minhas filhas e veio fugida de São Paulo. Tínhamos muito medo de que sua presença prejudicasse a carreira de Ruy. Era uma menina solitária que não tinha consciência do perigo que corria se associando ao movimento estudantil". A estudante permaneceu na casa da família por aproximadamente uma semana e meia e nunca mais foi vista. O Deputado conseguiu uma cadeira no Congresso Nacional messes antes da promulgação do AI-5. Ruy foi Deputado Federal durante poucos messes, pois um dos decretos constantes no Ato Institucional foi o fechamento do Congresso Nacional. "Na época o Ruy trabalhava na prefeitura e abdicou do cargo para poder se tornar um Deputado Federal mas com o fechamento do Congresso ficou mais de um ano sem receber os seus honorários de Deputado e não pode voltar ao cargo que exercia na prefeitura. Nossa família passou por um período muito difícil e foi graças ao apoio de muitos amigos que não passamos fome.” Confidenciou a viúva.

Hoje dona Olga vive em um apartamento que lhe foi dado por Ruy antes de falecer em 1991. Dona Olga acredita que nunca devemos esquecer desse triste período da história brasileira, pois é no passado que encontramos exemplos daquilo que deve ou não ser feito.

“Os erros cometidos pela sociedade apoiando os militares não podem se repetir e é por isso que eles devem sempre ser lembrados”.

Após o AI 5 o Brasil viveu o período de maior repressão que ficou conhecido como os anos de chumbo (1968-1974). A ditadura durou até o ano de 1985 quando o movimento das Diretas Já conseguiu mobilizar toda a sociedade civil exigindo eleições diretas para presidente da república através da aprovação, pelo Congresso Nacional, da Emenda Constitucional Dante de Oliveira. Foi somente após o movimento das Diretas Já que os cidadãos voltaram a conquistar seus direitos políticos e puderam se expressar livremente. Esperançosa, dona Olga acredita que o homem é capaz de construir um mundo melhor onde exista o respeito a todas as diferenças sejam elas sociais, religiosas ou políticas.(VR)

quinta-feira, 25 de outubro de 2007


Lula como líder sindical deu início a sua trajetória política defendendo os interesses dos operários


PEÕES NA TELA

O povo unido jamais será vencido! O povo unido jamais será vencido!
Esse foi um dos coros que conquistou espaço na 3ª mostra de cinema comentada da Faculdade Estácio de Sá que foi realizada no auditório JK do campus Prado. O coro fez parte de um importante movimento do cenário social brasileiro. As vozes enfraquecidas e mesmo reprimidas pelas pressões exercidas pelo poder permaneciam ativas.
O ano é o de 1979 e as condições de trabalho estão cada vez piores. Baixos salários e abusivas jornadas de trabalho fazem parte da rotina de qualquer trabalhador. E com os trabalhadores do ABC paulista a situação não é diferente. Os trabalhadores são expostos à péssimas condições de trabalho, são vítimas de diversos tipos de pressões e sofrem assédios morais. A insatisfação com as condições de trabalho, os salários e as pressões são insuportáveis. É nesse contexto que nasce um movimento surgido na classe operária que ganhou força e cresceu para defender os interesses dos trabalhadores. O grito e a voz dos operários pararam as grandes montadoras automotivas do país.Surgiu assim o movimento grevista. O movimento nasceu para defender os interesses daqueles trabalhadores que, na maioria das vezes, sucumbia as pressões, e por medo de perderem o emprego acabavam aceitando condições deploráveis de trabalho.




Surgido na massa, feito para a massa e liderado pela massa, o movimento grevista é retratado pelo diretor Eduardo Coutinho no documentário Peões. O filme mostra a história de vida de 21 operários que participaram do movimento sindical ativamente defendendo os interesses da classe operária. Além de fazer o registro histórico de 21 operários desconhecidos, o filme também mostra o início da trajetória política do atual Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Foi como líder sindical e um dos organizadores da greve em 1979 que Lula deu início a sua carreira política e fundou o Partido dos Trabalhadores (PT).
O filme Peões é representante de um gênero que, a cada dia, conquista mais espectadores e se torna cada vez mais importante para a indústria cinematográfica nacional. E através dos documentários que muitas vezes temos a possibilidade de enxergar um outro lado da realidade afirma o mestre em cinema José Américo. Doutor em cinema pela escola de comunicação e artes da USP, José Américo foi convidado participar da mostra de cinema e comentar o filme Peões. Além de comentar, José Américo exibiu vários documentários brasileiros que chocam e fazem com que todos espectadores tenham uma nova visão do real. Boca do lixo e Ilha das Flores são clássicos do documentário nacional e ressaltam a função social do cinema. – afirmou. (VR)

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Estágio: Vilão ou Aliado

Em meio a um mar de publicidade onde os estudantes são lançados, e na maioria das vezes se afogam, estão as faculdades de jornalismo existentes em Belo Horizonte. Defendendo interesses mercadológicos, muitos dos centros universitários funcionam como fábrica de desempregados.O número de cursos de graduação em jornalismo é grande e o mercado não dá oportunidade para todos. Oferecem as melhores instalações, os melhores professores, os melhores laboratórios, os melhores isso ou aquilo esse é o discurso comum usado pelas faculdades para fisgar os vestibulandos. Muitos deles não encontram o apoio necessário, durante o curso universitário e quando se formam não tem experiência na área e ficam de fora do mercado de trabalho.Funcionando como empresas capitalistas as Faculdades priorizam interesses comerciais e deixam de lado o seu principal recurso; o aluno.
Dar o primeiro passo no mercado de trabalho não é tarefa fácil. A falta de reconhecimento e a desvalorização de estágios são os fantasmas que assombram os estudantes. A possibilidade de ser inserido no mercado de trabalho através dos estágios atrai os alunos que em muitas das vezes se submetem a exercer tarefas que não estão relacionados às atividades ligadas a sua profissão. A estudante de jornalismo Priscila Vieira é uma das muitas pessoas que buscam um espaço no mercado de trabalho. “Conseguir um estágio não é fácil” - afirma Priscila que cursa o 8° período de Jornalismo na Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte. Visando ampliar a possibilidade de inserção no mercado de trabalho, a Faculdade Estácio de Sá firmou parceria com o jornal Estado de Minas. A parceria prevê a criação de vagas de estágio para alunos do 6° ao 8° período de jornalismo. De acordo com o Diretor geral da Faculdade Carlos Alberto Teixeira de Oliveira, a parceria veio em um momento muito importante para a Faculdade e faz com que os alunos se sintam estimulados.”A parceria veio trazer um diferencial aos nossos alunos que terão uma ótima experiência inicial no mercado de trabalho” - diz o Diretor. Carlos Alberto ressalta a importância da realização do estágio.”É através do estágio que o profissional se apresenta ao mercado e quando esse estágio é realizado em um grande jornal o aluno pode consolidar uma maior experiência” – diz Carlos.


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terça-feira, 22 de maio de 2007

NOTÍCIAS DO MUSEU


O Museu Mineiro mantém um acervo que conta parte da história da arte mineira. Obras do período Barroco marcaram uma época em que a poesia dos mestres da pintura e da escultura era representada em diversas formas e suportes. Entre pinturas palietais e esculturas do inicio do século XVII realizadas em pedra sabão, o visitante tem a possibilidade de conhecer um acervo rico em detalhes que vão de um simples par de olhos de vidro à até composições com metais preciosos como folhas de ouro e prata.
A valorização do patrimônio histórico e cultural desperta o interesse de várias empresas para a preservação e manutenção do acervo do museu. Inaugurado em 10/05/1982 o Museu Mineiro passa por um período de reforma em que a valorização de seu espaço e de seu acervo é o principal objetivo.

Notícia Curiosa
Dividindo espaço com obras como o São Miguel Arcanjo, obra atribuída ao mestre Ataíde , um dos maiores representantes da pintura da fase colonial mineira, encontramos uma obra com uma história curiosa. Não se sabe ao certo quando ela foi fazer parte do acervo do museu mas devido a uma série de curiosidades ela se tornou uma das principais atrações do acervo. Como todo bom mineiro é desconfiado até da própria sombra, isso não seria diferente com nossos governadores. Uma tela do artista Belmiro de Abreu, datada no 1897 chama a atenção por sua beleza e cativa os visitantes devido a sua história. A tela leva o nome de “A MÀ NOTÌCIA” e durante muitos anos fez parte do acervo de obras do Palácio da Liberdade, sede do governo do Estado. De acordo com Teresa Dias, restauradora do Museu Mineiro, a tela não era bem vista pelos governadores do Estado que acreditavam que devido ao seu nome ela traria má sorte. A tela mostra a imagem de uma jovem se decompondo em lágrimas após receber uma carta com uma tarja preta nas bordas o que de acordo com Teresa representaria uma mensagem de luto.


Vander L R Martins
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terça-feira, 27 de março de 2007

FESTA ADIADA



Muita badalação e uma enorme expectativa antecederam o clássico entre Vasco e Flamengo no último domingo. Romário poderia atingir uma marca histórica: 1000 gols. Os clássicos do futebol brasileiro sempre chamam a atenção do grande público mais esse não era um clássico como um outro qualquer. Tinha um tempero especial. Romário, antes do clássico, tinha 998 gols marcados em toda sua carreira.Todos voltaram suas atenções ao baixinho da camisa 11 vascaína. O placar 3 x 0 para o Vasco refletiu a superioridade em campo. Mas o que todos esperavam não aconteceu. Não saiu o milésimo gol de Romário. Tudo ficou adiado devido a um personagem importante e pouco lembrado: o goleiro. E o flamengo só não sofreu uma goleada maior devido a boa atuação do goleiro Bruno. Ou melhor, Romário só não marcou o milésimo gol devido a boa atuação do goleiro Bruno. O resultado do jogo pouco importava.O Vasco já vencia por 2 x 0 mas Romário estava no 0 x 0. Aos 33 minutos do segundo tempo Romário fez o terceiro gol do Vasco e o seu gol de número 999. A expectativa era maior ainda quando em uma saída de bola errada a defesa do Flamengo deixou o baixinho “na cara” do gol. Dentro da pequena área diante de todo o Maracanã Romário viu toda sua carreira passar diante dos seus olhos. Romário o maior atacante em atividade no Brasil finalizou. Todos já estavam esperando o baixinho comemorar quando Bruno com a ponta dos pés impediu a festa e o milésimo gol de Romário.

Rumo ao milésimo gol. leia mais

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Crime só para maiores



O caso do brutal assassinato do menino João Hélio só vem reforçar essa frase. Por que um jovem de dezesseis anos que rouba, violenta e mata não pode ser tratado com criminoso? Esse é o atual questionamento que é discutido por toda a sociedade brasileira. A redução da maioridade penal será votada na câmara na próxima quarta-feira. Em audiência realizada no ministério das comunicações, representantes do Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes (Conanda), se posicionaram contra a redução da maioridade penal. Um dos principais argumentos do Conselho é o de que a reincidência de crimes cometidos por menores é muito maior quando esses menores já passaram pelo sistema carcerário. Estudos realizados em paises europeus mostram que os jovens que entram cedo para o sistema carcerário tem um altíssimo índice de reincidência. De um lado temos os defensores dos direitos das crianças e dos adolescentes, do outro temos as leis que desatualizadas e que não acompanharam a velocidade da evolução e do crescimento do número de crimes. Entre os dois lados temos a sociedade que sofre diretamente os reflexos dessa batalha. É difícil ter o sangue frio o suficiente para analisar situações tão extremas e tratar jovens capazes de cometerem crimes bárbaros como vítimas da sociedade. Nem mesmo o pai de um dos envolvidos na morte do menino João conseguiu acobertar o crime cometido pelo filho e ajudou a polícia a localiza-lo. Qual é a solução para combater a violência no Brasil? Diminuir a maioridade penal para dezesseis anos seria uma decisão emergencial, uma espécie de resposta dada pelo Estado para a sociedade.Mas não seria a solução. Um problema tão grave merece uma reestruturação no sistema educacional, que não é o principal fator da criminalidade mas com um sistema educacional capaz de oferecer oportunidades iguais a todos os jovens, não teríamos mais a justificativa de que o Estado não cumpre o papel de socializar o cidadão. Reduzir a maioridade penal seria o mesmo que tapar o sol com a peneira.